quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Lhasa / Kathmandu - 2nd Day

Chushur (3600m) - Kampala Pass (4700m) - Baidi (4450m)

Distance - 70km

In the day before one last and very gentile gift was given to me. We had our dinner surrounded by locals that were driven by the curiosity to know who were the passers-by that had decided to sleep by the river Brahmaputra. This was just the first of some unexpected visits that came to happen in every place that was chosen to set the tents. Despite the language barrier problem, that stopped me to be part of any conversation, I was just amazed with the sounds of words as strange to me as the moon´s surface, and the cheerful and warm features of the Tibetans faces.

My second day of cycling started at 9:30am. The place where we set our tents was at the beginning of the big slope, where the road would lead me to the Kampala Pass, at 4700m high. When I start to pedal I was already in a steeply road having no chance to warm up. So, the first section consisted in conquer that slope, with 1200m high...painful hours were just around the corner, waving and wanting for me...eheheh. But, fortunately, the second section would be something quite more pleasant than the first one: 400m of downhill and tens of kilometers of flat road skirting the edge of one of the biggest lakes in Tibet.

The sunrise by the river


Arriving at Kampala Pass (4700m)


At the top after 2,5 painful hours

The driver, me and Da Wa

A view from the road, starting at the bottom of the slope

The lake Yamdrok Tso





Heading down to Baidi







On arrival

A group of young visitors searching for Baidi on my map






domingo, 27 de dezembro de 2009

Lhasa / Kathmandu - First Day!!

Lhasa (3650m) - Chushur (3600m)

Distance - 65 km + 20km

On that day I woke up at 6:45 am, after 4h hours of bad sleeping, filled up with strange and abstract dreams...In the day before I went to bed very late because of my greediness to enjoy the last minutes in Lhasa... Although, I was about to facing a wonderful day, a beautiful scenario and an amazing challenge!

Before I arrive Kathmandu I had to ride my bike during 1400 km, though the maximum distance that I ever ride, in my entire life, was just 40 km, between Faro and Rocha da Pena (in Algarve, Portugal), more than 10 years ago. I also had to conquer and establish some altitude records. The maximum altitude that I have ever been, using my own effort, was 4808m of the Mont Blanc, however during this trip I had to face 6 passages above 5000m and some of them above 5200m.

Despite the fact that I had no true idea of what I was about to facing, the feelings that I had on that very single moment, when I started to pedal, were just amazing! In one hand I was feeling sad because I was about to leaving Lhasa, but in the other hand I was feeling incredibly motivated and wishful to "be driven", in a slow motion, through the natural and human landscapes of Tibet :-)

My first 15km were not easy...I had no city map and because of a misunderstanding between me and Da Wa I took the wrong road and, in the end, I rode the bike more than 10 km, loosing more than an hour...In the town outskirts I asked a tibetan guy the directions to the road that would take me to Chushur. But the only word that he could understand was Chushur. So he went back home to catch his motor-bike. After 5 min he set off with me and rode more than 5 km just to show me the way. The gentle tibentan guy, comfortably seated on his 250cc motor-bike, got astonished when he realizes that I was on the way to Kathmandu.

I arrived early at the destination. It was a easy ride, almost flat at all times. We set our tents by the river edge (Brahmaputra river). After that I fell asleep, listening the gentle sound of the flowing water and facing a beautiful scenario :-) After a few hours I was riding the bike again :-) I went back to peer a small village and the people working at the surrounding fields.

The next day, the road would lead me to Kampala Pass, at an altitude of 4700m...

Farewell Potala


Friendship Highway

Mountains, dunes and tsampa fields


Feeling wonderful after the firsts 60 km :-)


Brahmaputra


Prayer flags by the Brahmaputra river












sábado, 12 de dezembro de 2009

Tibet - Lhasa (ལྷ་ས), The Sacred City

Lhasa...a cidade sagrada...foram raras as vezes que tive oportunidade de sentir o que senti quando dei os primeiros passos em direcção ao exterior da estação de Lhasa...estava a 10km de entrar na cidade e tinha uma ampla visão do vale e das grandes montanhas que o rodeiam. Apesar da altitude, fazia calor e tinha um céu azul turquesa sobre mim. A aridez da paisagem entrava nos meus olhos em tons quentes e conseguia ver já sinais de mosteiros tibetanos, confortavelmente instalados nas encostas de algumas das montanhas que muralham o vale.


A presença da estação de comboios era o único sinal dos tempos modernos, o que me permitia desfrutar da sensação de ter sido transportado para tempos mais antigos. Decidi passar uns minutos a contemplar este momento único.

Da Wa (o guia* tibetano que me acompanharia para todo o lado enquanto eu estivesse no Tibete) já estava à minha espera quando saí da estação. A recepção não poderia ter sido mais calorosa. "Tashi Delek" foram as primeiras palavras tibetanas que ouvi. É a saudação tibetana. A primeira palavra significa auspicioso e a segunda significa bem. Seguiu-se o gesto de me oferecer o "katak", um lenço branco que é costume oferecer como forma de saudação e que significa a pureza da intenção. Depois de trocarmos algumas palavras cheias de entusiasmo, seguimos para Lhasa.

A caminho tivemos de atravessar o famoso rio Brahmaputra (Brahma + putra - filho do Brahma). É um dos maiores rios da Ásia (quase 3000km). Nasce numa zona situada a Sudoeste do Tibete, fluindo pelas terras a sul do extenso planalto tibetano, para só conseguir atravessar os Himalaias numa região da Índia chamada Arunachal Prandesh, que fica bem para lá do Nepal e do Butão. Já perto do final junta-se às águas sagradas do Ganges. Lhasa fica, pois, situada na margem esquerda deste incrível rio.

O caminho reservava-me ainda uma grande surpresa. O meu hotel estava localizado na parte mais antiga de Lhasa e, para lá chegar, tivemos de passar mesmo em frente ao Palácio Potala. Não sei se foi por existir menos oxigénio no ar ou se pelo êxtase do momento, mas senti-me leve como uma pena :-) quando me dei conta que estava, de facto, em frente do majestoso Palácio Potala.

Logo depois deste doce encontro tratei de me instalar rapidamente no hotel para ir desempacotar e montar todas as peças do "motão". Estava ansioso para ir fazer o primeiro reconhecimento à cidade. Dali em diante as duas rodas passaria a ser o meu único meio de locomoção e, claro, aquele que me levaria a Kathmandu!

Pela primeira vez sinto que muito fica por dizer sobre este extraordinário local...a sua história, os seus palácios e mosteiros, os seus costumes e os seus habitantes. Mas o objectivo do blog não é esse, para além de que as imagens também tem uma palavra a dizer:-)
* Actualmente, uma das imposições do governo chinês a todos os estrangeiros que circulem pelo território tibetano é que sejam acompanhados sempre por um guia


Potala e a antiga entrada de Lhasa (o pequeno monumento à esquerda que foi, até 1959, a única entrada da cidade)


A Lhasa dos dias de hoje


O rio Brahmaputra



Ruas da parte mais antiga de Lhasa


Peregrinação em redor do Mosteiro de Jokhang, o mais sagrado e o mais antingo de Lhasa








Local de queima de incenso, mesmo em frente ao Mosteiro de Jakhor
Vista de Lhasa a partir do Templo Drepung
Templo Drepung. Foi utilizado pelos Dalai Lamas até à construção do Potala. No ano de 1400 servia de residência e de escola para mais de 10 000 monges.


Uma das salas de oração no interior do Templo Deprung

Fogão solar!!

Rodas de oração no Templo Deprung

Um dos locais sagrados situados nas montanhas em redor do templo.


Buddha
Pormenor no interior da cozinha do templo

Mosteiro de Jokhang



Dhvaja (estandarte)


Mosteiro de Jokhang


O grande dia! Potala...
Esta pedra simboliza o inicio da construção do Potala, em 1645.
Pormenor das varandas viradas a Oeste da parte vermelha do Palácio
Pormenor das varandas da parte branca do Palácio. Estão viradas para um pátio interior onde ocorrem as danças dos monges pela altura da passagem para o novo ano tibetano.





Palácio de Verão

À saída do Palácio de Verão. Esta foi uma das dezenas de fotos que uma família vinda do Oeste do Tibete fez questão tirar comigo :-)

Rodas de oração e peregrinos em torno do Potala. Embora não menos que nos tempos antigos, ainda existem muitos peregrinos que percorrem "a pé" mais de um milhar de quilometros para chegar a Lhasa






Um monge
Hora de debate no Mosteiro de Sera, outro dos mais importantes na cidade.
As perguntas fazem-se cumprindo um protocolo
A antiga porta da cidade
Potala